Nota sobre eleição da presidência da Câmara Municipal de SP
A bancada do PSOL, da qual sou líder, não participou da sessão para a eleição da presidência da Câmara Municipal de São Paulo hoje. Tomamos essa decisão em protesto político. A sociedade mal é informada (propositadamente), mas as eleições para a "mesa diretora" da Câmara são a síntese do toma-lá-dá-cá que predomina na velha política brasileira. Nela, o governo e a maior parte da oposição "domesticada" fazem negociações e votam todos juntos nos mesmos candidatos. Em jogo, está a divisão de cargos dentro da Câmara e o comum interesse de manter os privilégios dos vereadores e a lógica de funcionamento da Câmara Municipal como um espaço distanciado da classe trabalhadora.
A bancada do PSOL, da qual sou líder, não participou da sessão para a eleição da presidência da Câmara Municipal de São Paulo hoje. Tomamos essa decisão em protesto político. A sociedade mal é informada (propositadamente), mas as eleições para a "mesa diretora" da Câmara são a síntese do toma-lá-dá-cá que predomina na velha política brasileira. Nela, o governo e a maior parte da oposição "domesticada" fazem negociações e votam todos juntos nos mesmos candidatos. Em jogo, está a divisão de cargos dentro da Câmara e o comum interesse de manter os privilégios dos vereadores e a lógica de funcionamento da Câmara Municipal como um espaço distanciado da classe trabalhadora.
Neste final de 2018, todo esse jogo esteve a serviço do controle do executivo, Bruno Covas, sobre os vereadores, para que implementem seu projeto de aprofundamento das injustiças e desigualdades na cidade de São Paulo. Tais como um orçamento que corta verbas das áreas sociais, pacotes de entrega do patrimônio da cidade a amigos da iniciativa privada, ataques ao funcionalismo público como o vergonhoso reajuste anual de 0,01%, o SAMPAPREV, concessão da administração de bens públicos essenciais como transporte, saúde e educação básica para entidades e empresas que engordam seus lucros enquanto a população sofre com filas e superlotação.
Quando participamos dessas sessões, nós do PSOL apresentamos sempre candidaturas próprias. Assim, em 2017, eu fui candidata. No início do ano e ao final, foi momento do meu colega Toninho candidatar-se. Dessa vez, fizemos de nossa ausência um protesto.
Temos orgulho de não fazer parte dos acordões. O parlamento não deveria ser um local de negociatas entre "poderosos", mas sim um espaço controlado pelo povo e no qual os representantes desses (os vereadores) deveriam atuar com transparência e defendendo as causas populares.
O PSOL seguirá na luta junto à população, atuando sempre com independência na Câmara Municipal de São Paulo.
Vereadora Sâmia Bomfim